- Para bom entendedor, meia palavra basta?
Quem
nunca se utilizou desta frase, atire a primeira pedra.
O que de
tanto ser passado de boca em boca, de geração em geração, acabou
se tornando um dos maiores chavões dos diálogos dos brasileiros, é
uma das maiores inverdades - mentira é uma palavra um tanto "pesada" - da história.
Acontece que bons entendedores não utilizam meias
palavras e nem gostam de conversar com pessoas que o façam.
As pessoas falam cada vez
menos. Têm um vocabulário cada vez mais pobre por não exercitarem
o falar. Dizem as coisas de qualquer jeito, e nada fica entendido. É
a tal estória das meias palavras, a preguiça domina a humanidade
até na hora de se expressar.
Bons
entendedores de verdade gostam do maior número possível de
palavras, de conversas cheias delas. Palavras grandes ou pequenas,
não importa. O importante é que tenham fundamento, que não
precisem de uma explicação depois.
Falar
muito e bonito também não basta, claro. O importante não é falar,
e sim como falar. Deve-se falar muito sim, falar tudo. Falar com a
alma. Falar o que se sente, o que se deve, o que for útil. Só não
fique nas meias palavras, elas são entediantes.
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